Para mim, foi extremamente gratificante retornar ao
passado, rever os campos da minha terra natal, sentir o
ambiente evocado pelas mais caras lembranças: recordar o
fascinante espetáculo do outono, quando, com a queda das
folhas, a Natureza se veste de tons dourados e castanhos
nostálgicos e, ao mesmo tempo, poéticos; escutar o uivo do
gelado vento das estepes durante o inverno; ver a neve
caindo e cobrindo tudo com seu manto branco, e seus flocos
acumulando-se sobre a cornija das janelas; e observar o céu
cinzento e ameaçador, as árvores desnudas com galhos
retorcidos. Mas também apreciar o crepitar do fogo na
lareira, a tepidez de uma sala colorida pelas chamas,
quando, aconchegado numa manta de lã de carneiro, eu
colocava a água no samovar2 para preparar o chá e deitava